sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A Flagelaçao de Jesus

Pilatos, juiz covarde e indeciso, pronunciara varias vezes a palavra : " Não lhe acho crime algum ; por isso vou manda-Lo açoitar e depois soltar." A gritaria dos judeus, porem , continuava ; "Crucificai-O! Crucificai-O! "
   Contudo queria Pilatos tentar ainda fazer sua vontade e deu ordem de açoitar Jesus a maneira dos romanos.
    Então entraram os soldados e, batendo e empurrando  a Jesus brutalmente, com curtos bastões, conduziram nosso pobre Salvador , já tao maltratado e ultrajado, através da multidão furiosa, para o fórum, ate a coluna de flagelação, que ficava em frente de uma das arcadas do mercado, ao norte do palácio de Pilatos e não longe do posto de guarda. Os carrascos , jogando os açoites , varas e cordas no chão , ao pé da coluna , vieram ao encontro de Jesus. Eram seis homens de cor parda, mais baixos que Jesus, de cabelo crespo e eriçado, barba muito rala e curta ; vestiam apenas um pano ao redor da cintura , sandálias rotas e uma peça de couro ou outra de fazenda ordinária, que lhes cobria peito e costas como um escapulário, aberto dos lados ; tinham os braços nus.
    Eram criminosos comuns, das regiões do Egito, que trabalhavam que trabalhavam como escravos ou degredados na construção de canais e edifícios públicos; escolhiam-se os mais ignóbeis e perversos, para tais serviços de carrascos no pretório.
     Amarrados a mesma coluna , alguns pobres condenados tinham sido açoitados ate a morte, por esses homens  horríveis, cujo aspecto tinha algo de bruto e diabólico e pareciam meio embriagados. Bateram em Nosso Senhor com os punhos e com as cordas , apesar de não lhes opor resistência alguma, arrastaram-nO com brutalidade furiosa , ate a coluna da flagelação. E uma coluna isolada, que não serve para sustentar o edifício. E de tamanho tal, que um homem alto, com o braço estendido, lhe podia tocar a extremidade superior, arredondada e munida de uma argola de ferro ; na parte de traz, no meio da altura, há também argolas ou ganchos. E impossível descrever a brutalidade barbara com que esses cães danados maltrataram a Jesus, nesse curto caminho ; tiraram-lhe o manto irrisório de Herodes e quase jogaram nosso Salvador por terra.
     Jesus trepidava e tremia diante da coluna. Ele mesmo se apressou em despir a roupa, com as mãos inchadas e ensanguentadas pelas cordas, enquanto os carrascos O empurravam e puxavam. Orava de um modo comovente e volveu a cabeça por um momento para a Mãe SS. que, dilacerada de dor, estava com as mulheres piedosas num canto das arcadas do mercado, não longe do lugar da flagelação e disse, voltando-se para a coluna, porque, porque o obrigaram a despir-se também do pano que lhe cingia os rins :
    " Desvia os teus olhos de mim". Não sei se pronunciou essas palavras ou as disse só interiormente, mas percebi que Maria  as entendeu ; poi a vi nesse momento desviar o rosto e cair sem sentidos nos braços das santas mulheres veladas, que a rodeavam. Então abraçou Jesus a coluna e os algozes  ataram-lhe as mãos levantadas a argola de cima , dando-lhe arrancos brutais e praguejando horrivelmente todo o tempo ; puxaram-lhe assim todo o corpo para cima, de modo que os pés, amarrados em baixo a coluna, quase não tocavam no chão. O Santo dos Santos estava cruelmente estendido sobre a coluna dos malfeitores, em ignominiosa nudez e indizível angustia e dois dos homens furiosos começaram, com crueldade sanguinária, a flagelar-lhe todo o santo corpo, da cabeça aos pés. Os primeiros açoites ou varas que usaram, pareciam de madeira branca e dura; talvez fossem também feixes de tendões secos de boi ou tiras duras de couro branco. Nosso Senhor e Salvador, o Filho de Deus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem , contraia-se e torcia-se como um verme, sob os açoites criminosos; ouviam-se Lhe os gemidos e lamentos, doces e claros como uma prece afetuosa no meio de dores dilacerantes, entre o sibilar e o estalar dos açoites. Ao cabo de um quarto de hora deixaram os dois carrascos de açoitar Jesus; foram juntar-se a dois outros. O corpo de Jesus estava todo coberto de contusões vermelhas, pardas e roxas e o sangue sagrado corria-Lhe por terra; agitava-se em movimentos convulsivos. O segundo par de carrascos caiu então com novo furor sobre Jesus; tinha outra especie de açoites; eram como varas de espinheiro, com nos e esporoes. Os violentos golpes rasgaram o santo corpo de Jesus; o sangue regou o chão, em redor da coluna e salpicou os braços dos carrascos. Jesus gemia, rezava, torcia-se de dor.
      Os dois seguintes carrascos bateram em Jesus com flagelos : eram curtas correntes ou correias , fixas num cabo, cujas extremidades estavam munidas de ganchos de ferro, que arrancavam, a cada golpe, pedaços de pele e carne das costas. Oh! Quem pode descrever o aspecto horrível e doloroso deste suplicio? Mas a crueldade dos carrascos ainda não estava satisfeita; desligaram Jesus e amarraram-no de novo, mas com as costas viradas para a coluna. Como, estivesse muito fraco, que não podia manter-se em pé, passaram-Lhe cordas finas sobre o peito e sob os braços e debaixo dos joelhos, amarrando-O assim todo a coluna; também lhe ataram as mãos atrás da coluna, a meia altura.
      Todo o corpo sagrado contraia-se-Lhe dolorosamente, as chagas e o sangue cobriam-Lhe a nudez; um tinha uma vara na mão esquerda, com que Lhe batia no rosto. O corpo de Nosso Senhor formava uma só chaga, não havia mais lugar são. Ele olhava para os carrascos, com os olhos cheios de sangue, que suplicavam misericordia, mas redobravam os golpes furiosos e Jesus gemia, cada vez mais fracamente:" Ai!"
      Jesus torcia-se de dor, ao pé da coluna, as chagas a sangrar; vi varias vezes , durante a flagelação, aparecerem Anjos tristes em redor de Jesus; ouvi a oração que o Senhor dirigia ao Pai, no meio dos tormentos e insultos, oferecendo-se para expiaçao dos pecados dos homens, quando jazia banhado em sangue, ao pé da coluna...

                                                         
Anna Catharina Emmerich.                    


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

...continuaçao a "Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras."


...querendo satisfazer pela raiz e por todas as excrescencias do pecado e da ma concupiscencia, tomou o misericordiossimo Jesus no coração a raiz de toda expiação purificadora e de toda dor santificante, por nos, pecadores e, para satisfazer pelos pecados inumeráveis, deixou esse sofrimento infinito estender-se, como uma arvore de dores e penetrar-lhe com mil ramos todos os membros do corpo sagrado, todas as faculdades da alma santa. Entregue assim inteiramente a sua humanidade, implorando a Deus com tristeza e angustias indizíveis, prostrou-se por terra. Viu inumeráveis imagens de todos os pecados do mundo, com toda sua atrocidade,  tomou todos sobre si e ofereceu-se na sua oração, para dar satisfação a justiça do Pai Celestial, pagando com os sofrimentos toda essa divida da humanidade para com Deus.
   Satanás, porem, que se movia no meio dos horrores, em figura terrível e com um riso furioso, enraivecia cada vez mais contra Jesus e, fazendo passar-lhe diante da alma visões horrorosas, gritou diversas vezes a humanidade de Jesus: "Que? Tomaras isto sobre ti? Sofreras também castigo por este crime? Como podes satisfazer por tudo isto?"
   Veio, porem, um estreito feixe de luz, da região onde o sol esta entre as dez e onze horas, descendo sobre Jesus e nela vi surgir uma fileira de Querubins, que Lhes transmitiram força e animo. A outra parte da gruta estava cheio de visões horrorosas dos nossos pecados e de maus espíritos, que O insultavam e agrediam; Jesus aceitou tudo; o seu Coração, O único que amava perfeitamente a Deus  e aos homens, nesse deserto cheio de horrores, sentia com dilacerante tristeza e terror a atrocidade e o peso de todos esse muito pecados. "vida, paixão e glorificaçao do Cordeiro de Deus"   cap. 3  
         As meditações de Anna Catharina Emmerich ( 1820-1823).

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"A Agonia de Jesus no Horto das oliveiras."

 Quando Jesus, depois da instituição do SS. Sacramento, saiu do Cenáculo com os onze apóstolos, já tinha a alma oprimida de aflição e crescente tristeza. Conduziu os onze, por um desvio, ao vale do Josafá, dirigindo-se ao monte das Oliveiras. Andando com os Apóstolos pelo vale, disse-lhes o Senhor que la voltaria um dia, para julgar o mundo, mas não pobre e sem poder como hoje, e que então muitos, com grande medo, exclamariam: "Montes, cobri-nos." Os discípulos não O compreenderam,pensando, como muitas vezes nessa noite, que a fraqueza e o esgotamento o faziam delirar. Oran andavam, ora paravam, conversando com o Mestre. Disse-lhes também Jesus: " Vos todos haveis de escandalizar-vos em  mim esta noite; pois esta escrito: tirarei o pastor, e as ovelhas serão dispersas. Mas quando tiver ressuscitado preceder-vos-ei na Galileia."
  Os Apóstolos estavam ainda cheios de entusiasmo e amor, pela recepção do SS. Sacramento e pelas palavras solenes e afetuosas de Jesus. Comprimiam-se-lhe em torno, exprimindo-lhe de vários modos o seu amor e protestando que não o abandonariam nunca. Mas, como Jesus continuasse a falar no mesmo sentido, disse-lhe Pedro: " E, se todos se escandalizarem por vossa causa, eu nunca me escandalizarei."
   Respondeu-lhe o Senhor: " Em verdade te digo, tu mesmo três vezes me negaras esta noite, antes do galo cantar." Pedro, porem não quis conforma-se de modo algum e disse: "Mesmo que tivesse de morrer convosco, não vos havia de negar." Assim também falaram todos os outros. Continuavam andando e parando alternadamente e a tristeza de Jesus aumentava cada vez mais. Queriam os Apóstolos consola-lo de modo inteiramente humano, assegurando-lhe que não aconteceria tal. Nesses vãos esforços se cansaram, começaram a duvidar e veio-lhes a tentação. Eram quase 9 horas da noite, quando Jesus chegou, com os discípulos, ainda reinava a escuridão, mas no céu a lua já espargia a luz prateada. Jesus muito triste anunciou-lhes a aproximação do perigo. Os discípulos ficaram assustados," Ficai aqui, disse, enquanto vou ao meu lugar rezar".
   Tomando consigo Pedro, Tiago e João, subiu mais para o alto e,cruzando um caminho, avançara, numa distancia de alguns minutos, do Horto das Oliveiras ao pé do monte, eles estavam numa indizível tristeza; pressentia a tribulação e a tentação, que se aproximavam. João perguntou-lhe como podia estar agora tao abatido, quando sempre os tinha consolado. Então Jesus disse: " Minha alma esta triste ate a morte",e olhando em redor de si, viu de todos os lados se aproximarem angustias, e tentações como nuvens  cheias de figuras assustadoras. " Ficai aqui e vigiai comigo; orai, para não serdes surpreendidos pela tentação." Quando Jesus se afastou dos discípulos, cresceu-lhe a tristeza   e a tribulação, e retirou-se tremendo para dentro da gruta,  semelhante ao homem que, fugindo de uma repentina tempestade, procura abrigo para rezar. A estreita caverna  parecia encerrar o horrivel espetáculo de todos os pecados cometidos, desde a primeira queda do homem, ate ao fim dos seculos, como também todos s castigos. Foi ali, no monte das Oliveiras, que Adão e Eva, expulsos do Paraíso, pisaram primeiro a terra e foi nessa caverna que choraram e gemeram. Tive a clara impressão de que Jesus, entregando-se as dores da Paixão, que ia começar e sacrificando-se a justiça divina, em satisfação de todos os pecados do mundo, de certo modo retirou a sua divindade pra o seio da SS. Trindade; impelido por amor infinito, quis entregar-se a fúria de todos os sofrimentos e angustias, na sua humanidade puríssima e inocente, verdadeira e profundamente sensível, para expiação dos pecados do mundo, armado somente do amor do seu coração humano...

Missão Trono de Adoração: Via Sacra do Amor Esponsal.

Missão Trono de Adoração: Via Sacra do Amor Esponsal.: Via Sacra do Amor Esponsal. Maria Emmir Oquendo Nogueira (Co-fundadora da Comunidade Católica Shalom) (Baseada no Escrito “Amor Espo...

domingo, 25 de dezembro de 2011

"Da utilidade da comunhao frequente."

1. A alma fiel :  Senhor, eis que  venho a vos para utilizar-me da vossa munificencia e alegrar-me no vosso santo banquete, que, na vossa ternura, o Deus, preparastes para o pobre.
    Eis que em vos se acha tudo quanto posso e devo desejar; sois a minha salvação e redenção, esperança e fortaleza, honra e gloria minhas. Alegrai, pois, hoje a alma de vosso servo porque para vos, Senhor Jesus, elevei o meu espirito.
    Desejo receber-vos agora com devoção e reverencia; desejo introduzir-vos em minha casa para que mereça, como Zaqueu, ser abençoado por vos e contado entre os filhos de Abraão. A minha alma suspira por vosso corpo; o meu coração deseja unir-se a vos.
2. Dai-vos a mim e isto me basta; porque, fora de vos não há conforto que me sirva. Sem vos não posso estar e sem a vossa visita não posso viver. Importa, pois,  que freqüentemente a vos me chegue e vos receba, como remédio de minha salvação, a fim de que,  a falta do celestial alimento, não venha a desfalecer no caminho.
    Assim foi misericordiosissimo Jesus, que pregando aos povos e curando varias enfermidades dissestes: Não quero despedi-los em jejum, para que não desfaleçam no caminho. Fazei, pois, o mesmo comigo, pois vos deixastes ficar neste Sacramento, para consolação dos fieis.
    Vos sois suave refeição da alma, e quem vos receber dignamente tornar-se-a participante e herdeiro da gloria eterna. Com efeito, a mim, que tantas vezes caio e peco, tao depressa desanimo e desfaleço, mui necessário me e que eu, por frequentes orações, confissões e recepção do vosso sagrado Corpo, me renove, purifique e afervore, pois que, abstendo-me por mais tempo de comungar, descairei do meu santo proposito.Os sentidos do homem, desde sua adolescencia, são inclinados ao mal e, se não o socorre a medicina divina, logo cai o homem em coisas piores. E assim a santa comunhão aparta do mal e confirma no bem
             Na verdade, se agora, comungando ou celebrando, tamanha e a minha tibieza e negligência, que seria se eu não tomasse este remédio e não buscasse tao poderoso socorro? E ainda que eu não esteja, todos os dias, apto para comungar, nem disposto para celebrar, empregarei todo o cuidado para, no tempo conveniente, receber os divinos mistérios, tornando-me participante de tao grande graça.
              Porque a principal e única consolação da alma fiel, enquanto peregrina em corpo mortal, longe de vos, e lembrar-se, mais amiúde, de seu Deus e receber, com todo fervor, o dileto de seu coração.
              O admirável prova de vossa condescendencia para conosco! Vos, Senhor meu Deus, Criador e vivificador de todos os espíritos, vos dignais de vir  a minha pobre alma, para saciar a sua fome, com a vossa divindade e humanidade!
              Oh! Ditoso o coração, bem-aventurada a alma, que merece receber, devotamente, o seu Deus e Senhor e se inebria de um gozo espiritual! Que grande Senhor ela recebe! Qual amável hospede agasalha! Que agradável companheiro admite! Que fiel amigo aceita! Quão belo e nobre esposo abraça, digno por excelência de ser estimado acima de tudo o que se pode desejar e amar!
              Emudeçam, diante de vos, dulcíssimo amado meu, o céu e a terra e todos os seus ornatos, porque tudo o que eles tem de gloria e beleza, e por munificencia da vossa liberalidade ; nunca chegarão a beleza do vosso nome, cuja sabedoria e infinita.  " Imitação de Cristo" livro IV cap. III
       

Eucaristia: Presença de Amor

                       Tendo amado os seus, amou-os ate o fim!   ( Jo 13,1 ).

Quando contemplamos a hóstia consagrada no ostensório, continuamente devemos refletir sobre o amor do Senhor por nos, pois esse sacramento e por excelência a demonstraçao permanente do grande amor do Coração Compassivo de Jesus.
     Infelizmente, nosso Senhor e pouco amado no Santíssimo Sacramento. E Ele não se queixa por ser pouco amado pelos pagaos, pelos cismáticos, pelos ateus. Ele se queixa porque e pouco amado por nos católicos.
     No Seculo XVIII, enquanto uma jovem religiosa, Santa Margarida Maria Alacoque, adorava o Santíssimo Sacramento exposto, Jesus apareceu-lhe todo resplandecente de gloria, com as suas cinco chagas brilhantes como cinco sois, e lhe disse: " Eis o coração que tanto amou os homens, que não poupou nada ate esgotar-se e consumar-se para testemunhar-lhes seu amor. E, por reconhecimento, em troca eu só recebo da maioria deles ingratidões, irreverencias, sacrilégios,frieza e desprezos que tem por mim neste Sacramento de amor.
   O que mais me entristece e que são corações a mim consagrados que assim se comportam". O racionalismo levou inúmeros  católicos, ate mesmo consagrados, sacerdotes, a se conformar com um conhecimento teórico de Deus. E necessário, alem da formação intelectual, um encontro pessoal com o Senhor no sacramento...
uma experiência continua que  toca o coração como brasa, como aquela mesma brasa que queimava no coração dos discípulos de Emaús (Lc 24,13 s. ). As vezes, pensamos: se tivéssemos a ventura de acompanhar Jesus com a multidão pelos campos da Galileia e , se pudéssemos tocar-lo com as mãos e,  prostrados aos seus pés, recebêssemos a sua benção, por certo nos julgaríamos muito felizes. No Santíssimo Sacramento, e o mesmo Jesus que nos toca e abençoa. Jesus Sacramentado e um prisioneiro, e o divino prisioneiro do sacrário. Ali esta, dia e noite, encarcerado por amor a nos, esperando nossa visita.
                                                                                                                 
   adoremos o Senhor enquanto ele se deixa encontrar..

sábado, 24 de dezembro de 2011

Eucaristia: Presença Humilde.



            Jesus esta escondido no Santíssimo Sacramento, não só a razão, mas também aos sentidos. Só a fé nos coloca em contato com Ele, cuja presença nos sinais e permanente.
            Na carta de Paulo aos Filipenses, lemos:" Jesus Cristo, estando em forma de Deus, não usou de seu direito de ser tratado como Deus. Mas aniquilou-se tomando forma de escravo.
            Tornando-se semelhante aos homens e reconhecido em seu aspecto como homem, abaixou-se, tornando-se obediente ate morte, a morte sobre a cruz" (Fl 2,6-8).
            Paulo fala de esvaziamento-aniquilamento ( kenosis) de Jesus, no momento de sua encarnação e de sua morte na cruz. A palavra kenosis significa esvaziamento. Jesus, sendo o Verbo Eterno (Jo 1,1), esvazia-se de sua  gloria e de seu esplendor, tornando-se homem. Aceitou-se fazer-se homem, assumiu a condição humana. No entanto, não deixou de ser Deus, mas fez-se servidor dos homens para salvar os homens.
            Esse mesmo esvaziamento de Jesus se prolonga na Eucaristia. Ele se fez pão para ser alimento e estar no meio de nos, como outrora estava com os discípulos de Emaús (Lc 24,13-33).
            O aniquilamento eucarístico e, em primeiro lugar, a obscuridade. A hóstia consagrada, que não tem nada de brilhante, encobre a gloria de Jesus Ressuscitado, que resplandece no céu a direita do Pai
            Alem disso, vemos nesse divino alimento a ausência de forma, que apaga a beleza arrebatadora do Seu rosto e da Sua santa humanidade. A Eucaristia apresenta o aspecto exterior de um pedaço de pão, alimento comum, que não atrai a nossa vista e, por ser tao usual, não desperta tanta atenção.  Jesus, na Santa Eucaristia, esta profundamente oculto e invisível. As sagradas especies nem mesmo apresentam um sinal que permita distinguir a hóstia consagrada daquela que não e. Esse aniquilamento eucarístico de Jesus e um mistério de amor impenetravel, que espera de nos adoração e a contemplaçao silenciosa.
        

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Eucaristia: Presença Real

Na ultima ceia, Jesus celebra a Pascoa judaica, rodeado de seus íntimos. Essa celebração possui caracteristicas especiais por ser a ultima Pascoa do Senhor. Ele mesmo diz: "Desejei ardentemente comer convosco essa Pascoa"( Lc 22,15). Todos os momentos dessa ultima ceia refletem a majestade de Jesus, que sabe que morrera no dia seguinte; e o seu grande amor e a sua grande ternura pelos homens
  Enquanto comiam, muito provavelmente no fim da ceia, Jesus tem um gesto transcendente e, ao mesmo tempo, simples, e institui a Eucaristia: "Tomai e comei, isto e meu corpo. Tomai e bebei, isto e o meu sangue, o sangue da nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados( Mt 26,26-38).
   A Igreja na sua tradição milenar, nos ensina que na Santa Missa, durante a consagração,no momento em que o sacerdote pronuncia as palavras de Nosso Senhor, por ação do Espirito Santo, o pão e o vinho se transformam em corpo e sangue de Cristo. A essa maravilhosa conversão de toda a substancia do pão no Corpo e de toda substancia do vinho no Sangue de Cristo, a Igreja chama transubstanciaçao. Apos a consagração não há mais substancia do Pão nem do vinho, permanecendo apenas a sua aparência..
  Jesus, na Eucaristia, e uma vitima, e a mesma vitima da cruz. A  hóstia consagrada, antes de ser dada como alimento para a vida espiritual, e oferecida a Deus Pai, como sacrifício da nova e eterna Aliança.
  O Concilio Vaticano II nos ensina: " Nosso Salvador, na ultima ceia, na noite em que foi entregue, institui o Sacrifício Eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue, no qual perpetuou, através dos seculos, ate a sua volta, o sacrifício da Cruz" ( Sacrosanctun Concilium, n. 47). Portanto o altar de nossas Igrejas não diferente do altar do calvário.
  Tanto vale a celebração da Missa quanto vale a morte de Jesus na Cruz, e dizia São Francisco de Assis: " O homem deve tremer, o mundo deve fremir, o céu inteiro deve comover-se quando, sobre o altar, nas mãos do  sacerdote, aparece o Filho de Deus". Sob as aparências do pão e do vinho, Jesus torna a ocultar-se para que a nossa fé eo nosso amor o descubram. Como no céu Jesus esta vivo e glorioso, também esta na Eucaristia o senhor presente, porem sob o véu do sacramento. Essa presença Real do Senhor e um mistério que a razão não e capaz de alcançar. O que o Senhor espera de cada um de nos e que, na simplicidade e na pureza da nossa fé o acolhamos com amor.